Um site "diferenti"!

Hoje eu vi que a Tuigue fez outro site – de fotos – http://umolhardiferenti.blogspot.com/
Achei muito interessante. Eu não sei como minhas fotos sairiam, sendo clicadas sempre da cadeira. Talvez conseguisse ângulos diferentes e únicos. De qualquer forma, gostei do site – bacana!

Megastore "Pública"?

Suspeitíssima – sou um rato de biblioteca! Quem diria, no Carandirú – palco de rebeliões e trajedias! A Biblioteca São Paulo foi uma das coisas mais legais neste ano. Inaugurada no dia 08 de fevereiro – um espaço sensacional! É um lugar lindo e acessível. Voce pode conferir algumas fotos abaixo, pertencem ao site da biblioteca.

Gente, estou “babando” pelas oficinas!






Olhem só alguns números da Biblioteca:

. Investimento: 12,5 milhões;
. 1 milhão será gasto em compras para o novo acervo a cada ano;
. 30 mil livros, 4 mil CDs e DVDs;
. Mil títulos de audiobooks;
. 700 lugares – poltronas e cadeiras – para usuários;
. 4.200 m² de área construída.
. Totalmenlte acessível!

O que ela tem:
-os lançamentos do mercado editorial brasileiro(livros, revistas, quadrinhos);
-audiolivros;
-material em braile;
-acervo de DVDs e cds;
-kindle (formato eletrônico de livros)
-jogos eletrônicos;
-espaços para leitura e estudo;
-acesso gratuito à internet;
-atendimento personalizado;
serviços especializados para pessoas com deficiência;
-ambientes para grupos;
-espaço infantil.

E voce poderá:
-ler;
-emprestar livros e audiolivros;
-escutar música;
-assistir filme;
-acessar à internet;
-consultar os catálogos on line;
-jogar no computador;
-reservar material remotamente;
-participar da programação cultural.

O horário de funcionamento:
De terça a sexta das 9 às 21 horas
Sábados, Domingos e Feriados das 9 às 19 horas

Biblioteca de São Paulo

Dêem mais uma olhada no artigo de Moreno Barros:
Bibliotecários Sem Fronteiras

Enfim, quero apenas viver – como todos!

Ontem, assistindo ao vídeo de um dos sites que acompanho, ouvi uma declaração familiar – inacreditável. Oras bolas, não aconteceu só comigo?
O entrevistador, conversando com uma moça que pratica volei, sugeriu que antes ficava em casa para não atrapalhar. Eu não tenho certeza de que ele se referia a si mesmo, mas referiu-se a alguém deficiente. Ouvi isso por anos – por isso me “entoquei”! Algumas pessoas acham que um pouquinho de trabalho, com um deficiente – é demais! Entrar e sair de um carro é complicado; subir com a cadeira por escadas é insuportável. Levar um deficiente até um parque é um tédio! …então, muitos ficam dentro de casa, na mesmice. Perdem o gostoso da vida, que é viver e participar – curtir a natureza, tomar sol, fazer compras, brincar, comer pizza, cinema, museu, etc, etc, e tal… A idéia de que o deficiente deve criar mofo é cruel”!
Graças a Deus que somos sensíveis e inteligentes e temos pessoas normais e atenciosas do nosso lado. Que bom que as coisas caminham para melhor! Melhorar o que não se pode mudar é usar a inteligência.
… o sol nasce pra todos! É um direito meu!
…nosso!

Eu entendo voce!

(…isso foi no começo da travessia.)

Era o meu dia de consulta no neurologista, o hospital imenso – atendimento pelo SUS. Primeiro passamos por uma sala de tamanho normal (porque não achei-a diferente…). Aguardei mais ou menos meia hora e meu nome foi chamado para outra sala maior. Ao entrar me espantei com o tamanho da sala, quantas pessoas caberíam ali? 150, 200? As pessoas estavam sentadas numa metade e a parte para o fundo vazia. Fiquei em minha cadeira na frente, ao lado da mesa que atendia. Gostei daquela posição, eu poderia ver todos os rostos, acompanhar a movimentação. Pacientes e acompanhantes entravam e eu os observava, até que num dado momento aquilo começou a me incomodar. A sala tornou-se repleta de gente, parecendo um hospital de campanha! Éram muitas pessoas deficientes – e todas no mesmo lugar! A maioria doente; a maioria crianças! Comecei a me sentir sufocada. Naquele momento, a cena pra mim tornou-se insuportável. Veio aquele sentimento de comigo tudo bem, sou adulta e posso aguentar, mas eles são tão pequenos! Abaixei a cabeça e apoiei o cotovelo no braço da cadeira, coloquei a mão fechada num lado do rosto, simulando que estaria descansando. Então apertei os olhos e chorei. Chorei quieta e discretamente, sem emitir nenhum som, abafei ao máximo para não ser notada. Meu coração doía. Pensei comigo, que aquelas pessoas estavam no meu planeta, mas eu nunca notara! Naquele dia, saí dali profundamente triste pelas crianças e adolescentes que vi. Imaginando quantos haveríam, que não estavam lá! A minha ficha caíra desde então! Tinhamos todos muitas coisas em comum!
…porém coisas tremendamente incomuns!

"Eu, um marciano, ou a rainha da Genóbia?"

“Eu, um marciano, ou a rainha da Genóbia?”

(… isso me lembrou um diálogo de um filme, da Disney, que por causa de ser mãe das minhas filhas, já assisti umas vinte vezes ( vinte mesmo! … ou mais!). Em O Diário da Princesa, quando a rainha de Genóbia saía de um aposento para o outro, o segurança dizia no rádio, para outro segurança:
_Águia voando, Águia voando!).

Ontem cheguei meia hora antes do Concurso (Concurso para efetivação) começar. Desci do táxi – porque conseguir estacionamento num domingo de Concurso Público é muito otimismo – até pra mim que vejo flores no asfalto! Concurso Público + Corinthians e São Paulo, jogando bem ao lado. A rua estava tomada por candidatos e torcedores. Ao tentar subir o pequeno degrau da frente do Prédio da Osvaldo Cruz, fui parada por um dos seguranças, que já me aguardava.

Só um pequeno parênteses:
Quando se está numa cadeira de rodas, tudo o que se deseja em público é não ser notado – porque quando voce chega em algum lugar, mil olhos caem sobre voce! E não desgrudam!
… mas continuando:
_ A moça cadeirante está aqui e precisa ser levada até a sua sala de prova. – dizia o segurança pelo rádio.
_ O segurança X irá buscar a cadeirante. – respondeu a outra voz, pelo rádio.

Enquanto ele se comunicava com alguém para me levar até a sala da prova, eu observava muitas pessoas subindo uma rampa. Perguntei ao segurança se eu não poderia subir por ali, ele me disse que havia uma enorme escadaria no final. Eu teria que subir pela garagem! Após alguns minutos, chegou o tal segurança X, muito gentilmente conduziu minha cadeira por uma rampa íngreme, que descia para a garagem. Mas antes ele comunicou no seu rádio:
_ Cadeirante deixa a portaria e desce a rampa da garagem.

Descemos, entramos alguns metros e paramos diante dos elevadores. O segurança X fala novamete ao rádio:
_Cadeirante vai subir pelo elevador da garagem neste momento.

O elevador chegou, ele colocou minha cadeira dentro e subimos até o andar da minha sala. Ao chegarmos no andar, outra segurança me aguardava e disse para alguém no seu rádio:
_ A cadeirante chegou no andar da sua prova, tudo certo!

Fui então encaminhada pou um fiscal, até a sala 2 – onde eu faria a minha prova! Na porta, o fiscal da minha sala já me aguardava e me indicou a minha carteira, bem na frente. Acharam que a mesa seria pequena para a minha cadeira e trocaram por uma, um pouco maior. Eu, bem instalada e calma, fiz a prova em três horas e meia. No término, o fiscal muito gentil, destacou o meu gabarito. Saí da sala escoltada no mesmo processo da vinda:
_Cadeirante deixando a sala; cadeirante entrando no elevador; cadeirante saindo do elevador e pronta para subir a rampa da garagem.

Subindo a rampa, aguardei a segurança chamar um táxi. Troquei alguns diálogos com eles sobre o concurso, sobre o jogo ( eram corintianos!), meu táxi chegou e um dos seguranças ainda disse ao rádio:
_ O táxi da cadeirante chegou. Cadeirante deixando o prédio. Tudo certo!

Entrei no táxi. Já acomodada, retirei meu “Suflair” da bolsa. Enquanto saboreava aqueles pedacinhos marrons e deliciosos, olhava os neons da cidade.